Professor Magno Dantas
Ouvir uma conhecida autoridade, já em idade avançada, esbanjar alegria e falar em desenvolvimento, felicidade, emprego e progresso, até ai tudo bem. Depois ouvi incrédulas palavras que diziam auto e bom som que o que interessa é o presente e o futuro. Ora, um representante popular que prefere apagar o passado ao ter que lembrá-lo é coisa muito esquisita, afinal o que faremos com todo o nosso processo histórico? O que faríamos com nomes como Hitler, Idi Amim Dada, Geisel, Medici entre outros crápulas que passaram pela humanidade e deixaram um rastro de coisas que não prestam?
O que faz um bom político? Boas obras, ruas pavimentadas, praças? E o material humano? O emprego, o salário decente, o transporte adequado, fornecimento de água e esgoto, a saúde tratada com respeito, a educação e a segurança pública, onde estão? Então não há razão para apagarmos o passado, ou há?
Quando nós, pobres mortais, procuramos um emprego, nos é exigido um curriculum-vitae que é exatamente o passado de nossa vida. - Ora, que me respondam os mais atentos: Quem concedeu o mandato a este ou aquele político e, aguardou até agora e nada pode observar de produtivo, deve simplesmente apagar o passado? É interessante colocar que passamos anos e mais anos sem ouvir falar de alguns eleitos e agora que é chegada a hora da prestação de contas, eles pedem para que esqueçamos o passado e jurando amores eternos. Seria o milagre dos sentimentos, uma crise de consciência ou seria o ano eleitoral? O fato e a verdade é que toda a população tem que ser estimulada e precisa fazer um enorme esforço para se lembrar o nome de quem foi honrado com seu voto. Qual a simples razão de tudo isso? Depois de eleito, o representante popular faz questão de ter um carro novo, vidro com película negra (de preferência bem escura) e distância do povo. Prática comum. E ainda há quem diga que isso não é verdade. O fato é que essas ações já são tão costumeiras que passam desapercebidas pela própria população, que em sua grande parcela se encarrega de achar interessante o fato de seu candidato passear de carro novo e passar com pose de onipotente.
Com a eleição e reeleição do Presidente Lula essas relações deveriam ter sido alteradas, a final das contas o Governo Federal fez o que pode neste sentido, no entanto o fato é que maioria de seus comandados preferiu manter as coisas como elas sempre foram. O povo apesar de sábio tem memória curta. Pior do que tudo isso é fato de a memória ser curta, mas as necessidades ainda serem enormes, gerando em pleno século XXI a venda do voto por emprego, telhas, cimento e tudo mais que você, caro leitor, possa imaginar. Nessa situação, quem menos tem culpa são as pessoas que na sua maioria são enganados com falsas promessas de uma vida melhor e ai permitam-me citar Nelson Mandela: “- Democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia.” Sábias palavras de Mandela.
A relação poder público e população, precisa está sempre muito alinhada, nivelada e com objetivos comuns. Os Executivos eleitos, sejam municipal, estadual ou federal não são senhores de suas ações, mas instrumento da vontade popular. O mesmo serve aos legislativos, pois são indicados pelo povo, para o povo e com o povo devem sempre ficar. Apenas os cargos ditos de “confiança” devem submissão aos poderes que lhe nomeiam e ainda assim, esses cargos têm a obrigação de zelar por tudo que é público, sejam patrimônios ou verbas, afinal as vendas destas obrigações tem o nome de corrupção.
É absolutamente indecente o enriquecimento, o favorecimento ou qualquer tipo de benesse através de cargos comissionados ou verbas públicas. Por isso é que é chegada a hora de começarmos a movimentar as bases populares. É preciso que a classe popular mais carente, que é a grande maioria do povo, comece a mudar os alicerces para que assim possamos construir um futuro melhor para nossos filhos. É hora de mudarmos o cenário político que nos cerca, afinal a manutenção dos que sempre estiveram no poder, significa a manutenção de todo o círculo vicioso que compõe a nossa sociedade. Um poder absoluto, regado de puxa-sacos por todos os lados, andando de roupas e carros novos, beneficiando de forma direta ou indireta seus apadrinhados e a população se alimentando de migalhas. É isso que nós merecemos?
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