Spiga

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Panem et circenses

Prof. Magno Dantas

Durante o desenvolver da humanidade, as experiências vividas foram sendo armazenadas e selecionadas como base para as ações que seriam e serão desenvolvidas no futuro. A esse banco de dados armazenado, sejam nas pinturas rupestres (Pré-História), sejam as Tábuas dos Dez Mandamentos do Deus de Abraão recebida por Moisés 1500 anos antes de Cristo e até mesmo o recente filme Avatar ou em qualquer outra forma de memória, damos o nome de história.

No desenrolar dessas experiências, a humanidade entra no que chamamos de período pós-nascimento do maior mensageiro de paz e igualdade já existente em toda a nosso história, que foi Jesus Cristo. Claro e como todos nós já sabemos, os homens preferiram eliminar esse mensageiro a ter que segui-lo. Afinal acompanhá-lo seria ter de dividir o pão (e olhe que essa mensagem vai bem além do que simplesmente repartimos o alimento em frações), expor a outra face para que fosse também esbofeteada (e há ai uma grande mensagem de humildade) e não fazer da palavra de Deus comércio em favor próprio ou do outro (coisa muito comum em nossos dias). Seguir Jesus Cristo seria termos verdadeiras ações de caridade, respeito e civilidade.

A humanidade seguiu seu rumo e 180 anos depois do absurdo ato de crucificação de Jesus, a raça humana ainda via-se envolvida no Império que faria a sua história nunca mais ser a mesma – O Império Romano. Durante sua vigência muitas arbitrariedades foram realizadas, como é de costume em governos tiranos e não democrático. Neste contexto, um cidadão de nome Comodo (Imperador) filho de Marco Aurélio (também Imperador de Roma) criou um dos modos mais antigos que se tem notícia de enganar a população pobre e faminta desse planeta – O “Pão e Circo”. E o que seria essa ação? Durante essa fase do Império Romano, os Imperadores Marco Aurélio e Comodo (os dois, pai e filho, administraram o Império Romano em conjunto por muitos anos) aumentou substancialmente a quantidade de escravos, o que levou a um grande êxodo rural, composto de pessoas a beira totalmente da miséria, em busca de uma qualidade de vida melhor. Esse êxodo trouxe consigo a insatisfação e a revolta de grande parte do Império. Comodo manda que se construam inúmeras “arenas”, onde gladiadores entram em confronto durante todo o dia (evidentemente que hoje seria um “circo dos horrores”, mas naquela época não era). A população era convidada a assistir esses combates. Ao adentrarem nas arquibancadas das “arenas”, cada espectador ganhava um pão e assim podia mata sua fome. Numa Visão bem superficial estão resolvidos dois grandes problemas (ao menos na visão dos Imperadores). Dessa forma foi criada a política do “pão e circo”.

Muitos anos se passaram e a impressão que tenho é de que no Brasil quase nada ou muito pouco mudou. As cestas- básicas distribuídas para a população parecem muito com as ações do Imperador Comodo. É verdade que os jogadores de futebol não lembram nada os gladiadores que lutavam no Império Romano, mas as arenas de futebol, por muitas vezes me dão a impressão que são feitas para substituir as antigas arenas romanas. – Não solucionam os problemas, mas deixam a população feliz. É a política do Pão e do Circo ainda com força total. É isso que nós merecemos?

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